Tristeza, de Musset

Alfred de Musset (1810-1857), poeta romântico francês, publicou o soneto Tristesse em 1840.

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Mulher com jarro (tristeza), c. 1904. Pastel e aquarela sobre papel de Teodor Axentowicz (1859–1938). Coleção particular. Wikimedia Commons, domínio público

Eu perdi minha força, minha vida, meus amigos e minha alegria; perdi até a altivez que insinuava minha genialidade.
Quando descobri a Verdade, acreditei ser ela uma amiga; Quando a compreendi e senti, Já estava enfastiado dela.
E contudo ela é eterna, e aqueles que dela não precisaram Aqui em baixo tudo ingnoraram.
Deus fala, é preciso que respondamos. O único bem que me resta no mundo É ter algumas vezes chorado.

Tristesse

J’ai perdu ma force et ma vie, Et mes amis et ma gaieté ; J’ai perdu jusqu’à la fierté Qui faisait croire à mon génie.
Quand j’ai connu la Vérité, J’ai cru que c’était une amie ; Quand je l’ai comprise et sentie, J’en étais déjà dégoûté,
Et pourtant elle est éternelle, Et ceux qui se sont passés d’elle Ici-bas ont tout ignoré.
Dieu parle, il faut qu’on lui réponde. Le seul bien qui me reste au monde Est d’avoir quelquefois pleuré.

Referências

Musset, Alfred de. Poésies nouvelles. Paris: Charpentier, nouv. éd.1854, p. 182.